Mais de 30 adolescentes que lutam contra o câncer ganham festa de 15 anos

265 voluntários reuniram uma série de fornecedores para realizar, de graça, o grande evento para os pacientes / Foto: Leo Motta/JC Imagem



Uma festa de 15 anos para celebrar uma vida inteira. Essa foi a máxima que norteou a celebração de mais um ano de vida de 34 adolescentes atendidos no Hospital do Câncer, Imip e Hospital Oswaldo Cruz, no Recife. Através da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer, dezenas de fornecedores ofertaram de forma gratuita desde docinhos até decoração para proporcionar a meninos e meninas - em grande maioria pela primeira vez - uma festa.


Se há pouco dias, os aniversariantes estavam enfrentando tratamentos quimioterápicos e até amputações, a celebração por mais um ano de vida serviu como uma verdadeira injeção de ânimo. “Minhas dores passaram e nem ligo para o fato de ter amputado (há pouco mais de um mês) a perna esquerda. Estou animado, pronto para seguir em frente e alcançar minha formação em gastronomia”, relata Lucas Romão, que perdeu o membro inferior por conta de um tumor ósseo maligno.
“Lucas é um menino abençoado, só este ano já foram 4 hemorragias, trombose e 20 transfusões de sangue. Aqui, hoje, eu só tenho mesmo que agradecer”, conta Márcia Nascimento, mãe do garoto.



Foto: Leo Motta/JC Imagem
Francisca Maria da Silva, 52, por sua vez, fez uma das mais felizes viagens da sua vida entre o município de Betânia, onde mora, na Zona da Mata pernambucana, e o Recife, ontem (26). Acompanhada da filha Luana Pereira, 17, desta vez o percurso de mais de 300 quilômetros - costumeiramente feito a cada sete dias -  não tinha como destino um hospital, mas uma luxuosa casa de festas no bairro de Dois Irmãos, Zona Norte da capital. “Eu estou tão contente. Ela nunca teve uma festa. São 11 filhos e nunca pude dar isso a eles”, desabafou Francisca enquanto esperava a entrada da filha diagnosticada com câncer no ovário no salão de festas.

Voluntários

Realizada anulamente há mais de 20 anos, a festa de 15 anos dos pacientes em tratamento contra o câncer ganhou retoques especiais em 2018. Este ano, além das meninas, garotos que também são atendidos nas unidades hospitalares puderam participar do evento. Ao todo, mais de 265 voluntários reuniram uma série de fornecedores para realizar, de graça, o grande evento.
“Dinheiro nenhum paga viver esse momento com eles. Nosso objetivo é recuperar a esperança, e não é uma doença que irá impedir isso. O voluntariado todo trabalhou muito por esse momento, desde os cuidados com a saúde desses pacientes, para que pudessem estar presente aqui até cada detalhe que compõe essa festa”, diz a presidente da rede e voluntária há 12 anos, Maria da Paz.
Para quem pensa em fazer parte dessa grande rede de voluntariado, Maria da Paz faz o convite. "As pessoas podem simplesmente chegar próximo ao hospital, conhecer a realidade dos atendimentos e saber como podem ajudar. Lá, um sorriso, um aperto de mão ou afago é importante. Não se trata de fazer isso quando tiver tempo, mas fazer do voluntariado o seu melhor tempo", reforça Maria. 

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