Estradas vazias favorecem ataques a carros-fortes no Nordeste, diz associação
Nordeste concentra o maior número de ataques a carros-fortes nos últimos três anos no Brasil. Foram 34 casos na região em 2016, 56 ações em 2017 e 46 ocorrências apenas nos seis primeiros meses de 2018.
Os números são de um levantamento feito pelo G1 com base em dados da Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada (Contrasp).
A Associação Brasileira de Transporte de Valores informa que a explicação para o
Nordeste registrar a maior parte dos ataques está nas estradas esburacadas em regiões
inóspitas, praticamente sem fiscalização. Tendo de percorrer grandes distâncias em
velocidades mais baixas, os carros-fortes se tornam alvos fáceis para quadrilhas que
bloqueiam rodovias e explodem os veículos para roubar dinheiro.
“Há dez anos havia ataques em grandes centros urbanos. Hoje em dia, eles estão ocorrendo
especialmente no interior do Nordeste e nas estradas do sertão nordestino, que têm más
condições de rodagem, e os carros têm de circular numa velocidade mais baixa”, diz
Ruben Schechter, presidente da ABTV. “Isso fragiliza a ação de transportes de
Ainda segundo Schechter, as empresas têm de atender locais a grandes distâncias porque "
não contam com bases operacionais".
De acordo com José Vicente da Silva Filho, consultor em segurança pública, o principal
motivo
para esse aumento no Nordeste "é que o criminoso quer o dinheiro vivo,
e o dinheiro vivo está nos veículos de transporte de valores". E por isso a
"ação é um pouco mais espetaculosa, em termos de armamento pesado".
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